Carrasqueira
No inicio da segunda metade do século vinte na bacia do rio Sado nascia o resort turístico de Tróia, nasciam os estaleiros navais da Setenave, ficavam moribundas as industrias conserveiras de Setubal, estava controlada a malária nos arrozais, salinas e pântanos.
A um canto a sul pelas mãos de, meio camponeses meio pescadores, homens jogavam ao lodo tábuas e troncos para criar o seu porto de abrigo de pesca vencendo a vontade das marés que hora lhes deixavam os barcos em terra ora longe no meio do lodo.
Viram os golfinhos ir e voltar, os estaleiros abrir e quase fechar, as torres de turistas serem implodidas para serem reconstruídas, das conservas nada e das salinas muito pouco.
Ainda lá se cultiva arroz e pesca-se no Sado saindo da Carrasqueira.
A Comporta aproximou novos donos daquilo tudo, os alemães vieram fazer automóveis para os lados de Palmela, os golfinhos quase se fazem às fotos e agora os remos já são a diesel e as redes de nylon.
O porto da Carrasqueira, de que quase ninguém quiz saber, sobreviveu como era antes, e continua agora ajudado pelas “autoridades” locais.
O porto palafita da Carrasqueira onde se come excelentes iguarias de peixe fica, se desviarmos a viajem um pouco, antes de atravessar o Alentejo e chegarem à costa Vicentina ou ao Algarve.