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Almendres


Os investigadores dizem que as pedras contam histórias e assim as procuram arqueólogos e geólogos.

E se as pedras contassem estórias ? Será que as seriamos capazes de escutar e compreender ?

E se as pedras nos sussurrassem como pássaros e folhas de arvores ao vento ?

No Alto Alentejo e um pouco por todo o país milhares de pedras contam-nos histórias e fazem imaginar estórias do tempo em que os homens se sedentarizaram e iniciaram a ocupação permanente do interior. Há milhares de anos os homens abandonaram os litorais dos grandes rios e do mar e desafiaram uma viagem para o interior onde se fixaram.

No leito da planície alentejana rodeado de azinheiras, sobreiros e carrascos com o vento e os pássaros sussurrando sob uma quente tarde dezenas de pessoas não resistem à inquietação de lá chegar, e às interrogações de por e para quê, caminhando em círculos e ziguezagues entre pinos gigantes de granito com várias toneladas.

Será o local filosófico, será religioso, será extraterrestre, será mágico, será curativo ?

São as pedras do Cromeleque dos Almendres.

Há mais de sete mil anos os primeiros humanos que ali se fixaram decidiram erguer um conjunto de blocos de granito que arrastaram, rolaram ou rebolaram por quilómetros até àquela pequena colina.

Dispuseram-nos primeiro em circulo e depois em elipse com o eixo orientado Nascente-Poente.

O tão pouco que já se sabe do muito que ali foi vivido é em parte contado no Centro de Nossa Senhora de Guadalupe onde em breve a experiência neolítica desses tempos poderá ser vivenciada por todos os visitantes antes de partirmos para cinco quilómetros de terra batida que nos levam até ao sítio.

Breve ficam para trás as casas, a iluminação pública, a água encanada, o telefone e aí chegados até as crianças falam baixinho.

Não é o único sítio megalítico no Alentejo, nem em Portugal mas é único.

Ao invés de outros locais funerários como as antas ou dolmens crê-se que ali seria um sítio de encontro,

talvez festivo ou de celebração,

talvez místico ou religioso,

talvez muita coisa e mais o que queiramos imaginar.

Sete mil anos passados de ventos, chuvas, terramotos, lutas e disputas, ficaram as pedras visitadas visitadas por milhares que muito gostariam de saber mais estórias além da história.

Em 1964 o local foi re-descoberto por Henrique Leonor Pina na sua importância e significação.

Dez anos mais tarde foi classificado como de interesse público e em 2015 como monumento nacional

O Cromeleque dos Almendres situado na herdade do mesmo nome a poucos quilómetros de Évora terá sido abandonado nos finais do III milénio AC. Por essa altura a milhares de milhas outro cromeleque, já idade do bronze que sucedeu ao neolítico, iniciava-se a construção do outro por outros em Stonehenge.

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